2 de jul. de 2012

Excesso de açúcar industrializado é prejudicial à saúde das crianças

Levante a mão quem não gosta de um docinho. A maioria das pessoas não resiste ao açúcar, principalmente as crianças, seduzidas por tantas ofertas de balas, sorvetes, chocolates e refrigerantes. De acordo com Jorginete Damião, nutricionista do Instituto de Nutrição Annes Dias, no Rio de Janeiro, esse gosto pelo açúcar é cultural, pois desde a infância ele nos é apresentado como algo bom, mas seu consumo exagerado traz riscos à saúde.

“Não faz mal comer um doce, uma sobremesa, o problema é o excesso e o tipo de doce consumido. Hoje em dia é difícil escapar dos produtos industrializados, mas podemos tentar fazer escolhas mais saudáveis e comer um doce caseiro, feito com frutas. O chocolate e o sorvete não só têm muito açúcar, como também gorduras que não são saudáveis, por isso não é bom comer todo dia. Os pais devem ficar atentos para não oferecer o doce como recompensa para o bom comportamento das crianças ou tirar o doce para puni-las, essa não é uma boa prática", explica.

Dados divulgados em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), obtidos durante a Avaliação Nutricional da Disponibilidade Domiciliar de Alimentos no Brasil, parte da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, mostram que o brasileiro está consumindo açúcar em níveis superiores ao considerado aceitável, que é 10% de toda a ingestão calórica em um dia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os anos de 2003 e 2009, os açúcares se mantiveram em 17% da dieta diária em todo o país e em todas as classes de renda. Além disso, as gorduras, principalmente os ácidos graxos saturados, ganharam mais espaço na nossa mesa. No mesmo período o consumo de lipídios (gorduras) aumentou de 27,8% para 28,7%. Já as frutas e as hortaliças ainda são pouco consumidas e representam 2,01% e 0,80% das calorias ingeridas pela população, respectivamente. Já se sabe que o consumo de açúcar e gordura pouco saudáveis está diretamente relacionado a problemas graves como obesidade e diabetes, mas, mesmo assim, a propaganda maciça de produtos industrializados com essas substâncias não diminui, fato condenado pelos especialistas.

“Defendo a regulamentação da propaganda e a proibição da prática de associar alimento a brinquedo, porque, dessa forma, a criança vai querer o chocolate ou lanche por conta do carrinho ou do boneco. Ela não tem mecanismos de proteção contra ações como essas, logo, cabe à família e ao Governo cuidar da saúde dos pequenos”, ressalta a nutricionista.

Veja a matéria na íntegra, na página do Globo Educação.

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